sábado, 24 de maio de 2008

Minhã mãe - como as coisas retornam.

Quando ia trabalhar, hoje de manhã, o caminho estava livre. Estava uma linda manhã de sol e, sendo outono, fazia um ventinho ameno. Fui com a mente livre e me ocorreu algo em que nunca havia pensado antes:
- Assim como eu, minhã mãe saiu de casa para fugir do pai! Ela foi trabalhar fora, mas perto de casa, e depois veio embora pro Rio com a patroa. Veio embora por que não era compreendida, não se sentia aceita nem amada por ele.
a primeira grande diferença entre nós é que ela (segundo suas palavras) o amava muito e sentia-se preterida por ele, que se derretia todo por uma irmã "lora" e mais nova. No meu caso, a antipatia veio já durante a gravidez.
Será que ela pensa que a minha fuga deles é um castigo?
Gosto muito dela e por toda a minha infância acreditei que ele era de todo boa pessoa e sem defeitos. Claro que o encontro ou a consciência do real causou um choque e abalou nossas relações, até por que foi no início da minha adolescência.
Nunca me esqueço da dor que senti ao perceber que ela, deliberadamente, discriminava sua filha mais velha, minha irmã. E me preferia. Isso mesmo, ela fez qual seu pai. Fico pensando se ela não percebia, se nunca fez ou nunca lhe ocorreu essa associação.
Em algumas matérias da faculdade conversamos sobre essa coisa das pessoas frequentemente passarem pelas coisas, sem reflexão. Alguns filosófos ja cantaram essa pedra, também.
Assim caminha a humanidade! (mamãe adora esse filme)

Outono, que vem antes do Inverno, véspera de primavera

Passados esses meses, formam um conjunto novamente o que antes eram cacos. Sobrevivi! E chega de lamentações. De fato, "escolher é renunciar."
A vida é como as estações do ano, volta e meia muda o clima sem saírmos do lugar. Eu gosto do inverno. Ganho abraços diários do meu cachecol, e aquele afago na cabeça das minhas muitas tocas. (Sinto muito frio...)
É bom escolher, mesmo que isso cause dor. De qualquer forma pagamos pelas escolhas, e quando não são nossas o desastre é maior.