sábado, 31 de dezembro de 2011

Nova disposição, com histórico.


Do espírito, dos móveis da casa, "ano novo vida nova" dentro da mesma trajetória, que é a que sigo desde que nasci. O mundo não começa agora, mas é um momento com novidades esse que se inicia com 2012: Brasil 6ª economia do mundo; acordo ortográfico plenamente em vigor; mestrado em andamento a pleno vapor; filhão na faculdade; enfim, caminhos abertos.

Percebi, no entanto, recentemente, que mudanças profundas de rumo são sempre difíceis de lidar, ao menos pra mim. Eu achava que a dificuldade de adaptação devia-se a acontecimentos ruins, desagradáveis, mas depois de uma série de boas notícias recentes na minha vida, dei-me conta de que mudanças para melhor exigem aprendizado tanto quanto qualquer outro tipo de mudança. Achei isso realmente estranho.

Ainda assim, melhorar, embora custoso, é ótimo.

sexta-feira, 30 de dezembro de 2011

Com insônia e assistindo UMA LINDA MULHER.


Esta pintura é de PAULA MOURÃO, obviamente inspirado na Metamorfose de Kafka.
Não ter lugar no mundo é uma terrível condição. Se parece impressionante esta imagem, leiam as obras de Kafka: Metamorfose e América estão à minha volta. Estou a vinte páginas de terminar a leitura de América, mas é um texto realmente surpreendente.

Realmente não acho incomum não conseguir dormir nas duas últimas semanas de dezembro. Este momento de pausa, recheado de gula e falsidades me incomoda sobremaneira. Mas, felizmente, já está quase acabando - o ano e essa agonia.

quarta-feira, 28 de dezembro de 2011

Hoje fui ao Centro.

Para alguém que até um dia desses trabalhava na Rua Uruguaiana, é muito estranho ter uma ida ao Centro da Capital como algo extraordinário, mas faz parte da mudança isso. Fui arejar a cabeça, ler com concentração um trabalho - enquanto o escritório não fica pronto porque, claro, a obra atrasou - e foi realmente proveitoso. Mudar um pouco de perspectiva é saudável.

Fui ler numa mesona que há na Casa França-Brasil, enquanto não acaba aquela "reforma eterna" na biblioteca do CCBB. Aproveitei pra comprar uma pequena xícara para o meu escritório, um desses objetos que estão mais para enfeitar do que por qualquer funcionalidade que possam conter.

Algum dia, num futuro não tããããããão distante, pretendo conhecer o Museu do Louvre, bem como outros lugares na Europa. Internet é muito útil para estudarmos, interagirmos em alguma medida, mas nada como o bom e velho contato presencial com as coisas e, sobretudo, com as pessoas.

terça-feira, 27 de dezembro de 2011

Última segunda-feira do ano indo embora.


O tanto que me incomoda o Natal, me anima o Ano Novo. São só datas e os dias a semana continuam correndo na mesma ordem, eu sei, mas acho tão bom ano começando. Dá mais ânimo, sobretudo quando temos planos por começar ou em andamento, como é o meu caso com o Mestrado. E este será um novo ano em vários sentidos, já que estou num momento profissional diferente.

Já há uns 20 dias em casa, estou começando a por as leituras em dia. Comecei por terminar de ler obras literárias que, por falta de tempo, deixei pela metade. Estão na fila América, de Kafka; A Caverna, do Saramago e O Lobo do Mar, do Jack London. Junto a estes estão as leituras teóricas: Marcuse, Marx, Blanchot e por aí vai. Mas isso é muito animador.

Se servir de consolo pra alguém, essa coisa de passar não sei quantos anos construindo lentamente um caminho demora, mas começa a trazer resultados antes mesmo de todos os cabelos ficarem brancos e a bengala impor-se como necessidade. Falando sério, o caminho sendo trilhado já é metade da "graça" de se estar vivo. E quanto mais a gente constrói, menos tempo tem pra apurrinhar que a gente ama, principalmente os filhos. Gosto de não ser um peso pra eles. Gostaria de ter tido mais dinheiro, mas não ser uma dramática mala sem alça já é um alívio, eu sei do que estou falando.

Vejo 2012 com muuuito bons olhos, e muita poesia também.

quarta-feira, 21 de dezembro de 2011

Ano novo chegando. Um novo ano, realmente.


Faz um bom tempo que a expressão Ano Novo não faz tanto sentido como agora. 2012 será, por muitos motivos, um ano de novidades, afinal, nunca antes eu tive a possibilidade de dedicar-me aos estudos full time como agora. E tem a tatuagem, o filhão na faculdade, minha buchechuda no ensino médio. Mas o melhor de tudo é um grande sossego, apesar deste mundo caótico e desta vida incerta que é a nossa, enquanto seres mortais.

Ouvindo Adele.

sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

ADELE e o final do ano


Estou fissurada aqui, tentando trabalhar num texto e ouvindo Adele - SOMEONE LIKE YOU. Que música linda! e que voz...
Embora pareça masoquismo, gosto do fato de que o final do ano nos remeta a fim de algo, só o mês de dezembro mesmo, ou do ano, ou de um ciclo. Esse último parece ser o meu caso hoje.
Passei boa parte da vida temendo: a família, as pressões externas para que eu tivesse um comportamento mais próximo do padrão..., o desemprego, a solidão. Temer nunca me impediu de transgredir, nem tampouco de lutar. Só era uma dor contínua espremendo meu coração.
Sinto-me diferente ultimamente. Não é exatamente ruím, só acho que não me adaptei ainda ao fato de que a vida pode melhorar, mesmo que ainda seja necessário lutar muito. Mas aquele medo pesando eu não tenho mais.

O fato de que os filhos crescem, por exemplo, é algo em que não costumava pensar, como se eu fosse ter de passar a vida toda cuidando deles, o que é contraditório se eu pensar que comecei desde cedo a ensiná-los a cuidarem bem de si mesmos, sabedora que sou da minha condição de visitante neste mundo. Meu maior já está indo pra universidade, minha menina pro ensino médio.

De certo modo já me acostumei a estar sozinha nesta vida, mas nunca deixa de me assustar isso de não ter nada em que me apoiar num momento de fraqueza, ou preocupação maior. É claro que, em contrapartida, é maravilhoso não dever o que sou a alguém. Compensações.

Que venha 2012.