terça-feira, 4 de setembro de 2012

Quem é vivo sempre aparece.

Chegando cada vez mais perto de completar as primeiras quatro décadas da existência, em plena crise de meia idade, portanto, percebo que certas mudanças no comportamento se impõem, como acessar muita memória diante de certas questões. Já são quase 20 anos como mãe; quase 15 anos convivendo com as questões escolares dos pequenos; uma enorme sessão de arquivo de filmes, desenhos animados e seriados; músicas... e a convivência.

No meu caso, devo admitir que - no que tange à convivência - ainda tenho muuuito o que aprender. Posso ser otimista e pensar que é assim mesmo, que tudo está em movência e que isso é rico. Sim, isso é verdade. Mas em que eu contribuo com o andamento da sociedade, claro, de parte dela. Começa aí: em que parte da sociedade eu estou? Em qual ou quais eu posso contribuir?

Não me contenta pensar que só saber que não posso cuidar somente de mim como se fosse uma ilha já seja alguma contribuição, até porque uma ilha só é uma ilha porque está cercada de mar e tem terra unida, portanto não é assim tão auto-suficiente. Do mesmo modo, do que adianta tanta formação acadêmica, tanto tempo vivido se nada é compartilhado. Sim, minha experiência serve aos meus filhos, ao encaminhamento da sua formação - e eu sei quanta falta isso faz.

Ainda não me acostumei com essa orfandade partidária, agora que o meu partido resolveu se adequar ao jogo eleitoral de vez e sem possibilidade de retorno. Talvez parte desse incômodo seja consequência dessa mudança grande proporcionada por estar no mestrado; talvez seja muito esse impacto de estar me sentindo sem lugar; certamente é prova maior de que estou bem viva.