sexta-feira, 8 de janeiro de 2010

Descompensada.


Estou começando a me acostumar demais a ficar sozinha comigo. Claro, é sempre bom e útil a companhia de músicas antigas e livros, humanos são dispensáveis na maior parte do tempo e é daí que vem o adjetivo "descompensada". Talvez eu seja deslocada, como a personagem (na foto acima) de Jane Austen em Orgulho e Preconceito: uma moça que pensa e tem opinião (que ousadia!) numa época em que as mulheres somente existiam para cuidar da casa e dos filhos, obtidos - é claro! - através do casamento.

Na verdade não é o caso de eu querer distância da humanidade, assim como um todo. A condição com a qual tenho de me conformar, se queizer evitar sofrimentos desnecessários, é claro, trata-se da solidão.

Fonte de irritação é eu saber que tenho sorte, de certa forma, por não estar "ligada" a alguém que também me quizesse, porque isso dificultaria meus planos educacionais e profissionais, sem falar que contraria completamente o estilo de vida ao qual me acostumei. Então, não é correto eu me incomodar em estar só, penso. No entanto, faltou talvez eu ter "conversado com os russos" e combinado ficar feliz e contente em não ter um alguém para acompanhar meu percurso nesta terra, para o bem e para o mal.


Ocorre que hoje é um daqueles dias em que meu coração está apertado pela decepção, sentimento advindo de uma tolice que me impediu de continuar me iludindo, uma bobagem que esfregou na minha cara aquilo que eu a todo o custo recuso-me a enxergar. é tão ridícula a minha birra em querer me iludir, quanto uma pessoa que andasse pela Avenida Rio Branco, desse de cara com um urso pardo e quizesse fingir que isso era normal.

Sim, sinto-me tola. Sinto-me desperdiçando o meu tempo. sou de peixes, não penso com a cabeça, fazer o que?