domingo, 12 de maio de 2013

Fazer terapia


No Rio, com frequência, faz sol no outono. Estamos no outono e fui numa pracinha com meus pequenos um dia desses. Estou lendo Moby Dick, entre outras coisas. 
Faz um tempinho que penso em como eu serei quando envelhecer; como eu me relacionarei com as pessoas, com as coisas, com trabalho, comigo mesma e com meu passado quando eu envelhecer. Claro, pra esse tipo de perguntas nem "deus google" pode ajudar. Nada como o bom e velho tempo, não é!

Decidi, entre outras coisas, fazer terapia. (Recomendo). Não comentarei isso aqui, obviamente, mas compartilho a sensação de que uma das coisas mais difíceis na vida é aprendermos a viver conosco. Lembram daquela música "Quando os astronautas\ foram à lua\ que coincidência eu também tava lá.\ Fugindo de casa, do barulho da rua\ Pra recompor meu mundo, bem devagar.\ Que lugar mais silencioso eu poderia no universo encontrar, que não fossem os desertos da lua\ Pra recompor meu mundo bem devagar."  Eu achava essa a minha música, porque eu adoraria sair de perto de mim, de vez em quando.

Não, não é tão absurdo não suportar a si mesmo; o estranho é percebermos isso. Porque é plenamente possível vivermos longe de nós. Trabalhando demais; saindo e bebendo demais; enfim, evitando a convivência, se me entendem.

O problema é que essa construção de distância não é possível por toda a vida. Um dia temos que morar conosco, acordar e ir dormir, então, achei melhor começar a aprender.