quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Novas formas de destruir um país.


Esta foto eu tirei na porta da Biblioteca Municipal de Niterói, por isso ela está nesta postagem, em que pese eu estar aparecendo na foto também.

O Brasil é um país curioso, sob variados aspectos, mas um me interessa em particular: aqui copia-se tudo do exterior, menos a busca por ensino de qualidade, formação de centros de excelência. O governo Federal vai num movimento de aumento de vagas nas universidades e mais bolsas nas pós (não de  graça, é claro, há intenções); mas o ensino básico vai cada vez pior, e acontece o que aconteceu ontem (01/10/2013), que está mais que demonstrado no face...

Não satisfeitos em afastar os melhores alunos da docência há anos, parece-me que agora os governos querem afastar os professores da atividade, inclusive os que já estão na rede. E aí, pra botar o que no lugar? E o país faz como pra se construir?

quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Cultura para todos.

Um dia desses, eu fui num cinema em que está sendo exibido o filme HANNAH ARENDT. Antes da sessão os traillers e propagandas de praxe. Qual não foi a minha surpresa, quando passou um comercial do CINEMA PARA TODOS, em que se distribuem ingressos de cinema para alunos e professores da rede pública assistirem a filmes nacionais, alguém na platéia disse:

"- cinema para todos com meu imposto!"

Engraçado, eu não tenho carro, mas constroem vias exclusivas pra carro com o meu imposto também!

Que tipo de pessoa vai achar ruím que se incentive, se distribua a oportunidade de que estudantes e professores assistam aos filmes produzidos pelo país??? Cinema não está relacionado somente a entretenimento, mas relaciona-se também com a cultura do país. Até para se discutir se ela é realmente do país, ou mera imitação de modelos, se comunica ou não comunica, enfim, é preciso que as produções sejam vistas.

Se a formação das pessoas puder ser ampliada, não é a sociedade toda quem ganha? Assim não tem como construirmos um país. Os cinemas em que passam filmes "Cult" já são distantes da zona sul, daí uma boa iniciativa, útil, é tratada desta forma. Não dá!!!!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

crianças e riscos, futuro não construído...


Hoje de tarde vi uns meninos, uns bem pequenos com aparência de menos de 9 anos, e uns maiores de 15, brigando, com pedaços de cabo de vassouras, os mais velhos suspendendo os mais novos, ameaçando jogar no valão, e todos se ameaçando de morte, de arrancar sangue e por aí vai, com bastante violência. Num nível mesmo que já passou do limite faz tempo.

Crianças que são incapazes de acompanhar uma narrativa; não suportam sequer a ideia de sentar algum tempo na escola e dar atenção ao professor; mas que conhecem palavrões e expressões que eu nem imaginava existir, decoram todos os "funks" mais "pesados", pesados no que se refere a apologias sexuais e do tráfico.

Fico me perguntando se há algo que se possa fazer para que eles se insiram na sociedade. Veja, não estou nem falando do mercado de trabalho formal, não. Falo de mais perto, de poder ir a um museu ou ao pão de açúcar com a escola; a uma apresentação de música clássica. Escola é tempo de apresentarmos ao aluno aquilo que faz parte da história da cultura da humanidade, principalmente o que ele não convive.

Como é que a gente convive com um ser humano que não tem um mínimo de adequação com a sociedade, com  o outro? Nas coisas mais básicas, como passar pela mesma rua sem a criatura jogar uma pedra ou me xingar! Porque é muito bom dizer contra a discriminação de negros, do funk, mas e o que se faz com  a falta de educação? ignoramos!!!!

P.S. A foto é do elenco principal de O SENHOR DOS ANÉIS.

domingo, 8 de setembro de 2013

Saúde, idade, envelhecimento.


Essa é uma foto que tirei da minha mão. Não, não estou com nenhuma doença na mão. Eu estava tirando fotos de mim, e quis tirar uma foto da minha mão. Enquanto procurava um ângulo, estiquei os dedos - faço isso de vez em quando - e pensei em doenças da idade que, por exemplo, atrofiem alguma parte do corpo.

Sim, ando pensando muito em idade, envelhecimento. Claro, há atitudes que podemos tomar pra envelhecermos melhor. Ando experimentando a terapia e o curso de espanhol, sem falar nas leituras desde 2006, quando entrei pra faculdade. O negócio é que há diversos acontecimentos que não podemos prever nem evitar.

Eu tive uma amiga da escola cuja mãe tinha reumatismo. Andava com muita dificuldade e sentia muitas dores. Havia trabalhado a vida inteira como faxineira numa fábrica, e em casa, onde criou suas duas filhas. Normalmente não pensamos nisso, vamos cumprindo as tarefas da vida, e é mesmo difícil ter tempo e dinheiro pra cuidar (a sério) da saúde.

Do ponto de vista das formalidades do mundo do trabalho, aos assalariados está reservado um período de grandes dificuldades, a considerar o valor e a burocracia para conseguir a aposentadoria. Do ponto de vista do lugar na sociedade, para muitos ainda os "velhos" deveriam ficar fora do caminho. Os que tem boa saúde deveriam naturalmente se oferecer para serem babás dos netos.

Há algo muito errado nesta sociedade.


domingo, 1 de setembro de 2013

sociedade organizada. (?!)


Organizar uma sociedade é um processo que demanda certo tempo. Na verdade, certos períodos de tempo, a depender de que parte da sociedade se está organizando. Não, não é possível empreender tal tarefa considerando um todo, mesmo que sejam "atacadas" certas frentes simultaneamente, há de se ter organização e distribuição de tarefas.
Várias questões atuais me movem a pensar nisso, no entanto uma em especial: o descuido persistente e sistemático com a educação. É neste quesito que se inicia a construção de um país desigual. Quer ver um modo como isso se apresenta: os altos salários e privilégios em Brasília. Diz-se que não era interessante para ninguém ir atuar lá, de modo que "conquistaram" os membros do parlamento, funcionários, enfim, o pessoal todo atuante na estrutura política e organizativa da nação brasileira a mudar-se para a nova capital mediante muitas vantagens monetárias e materiais.
Isto foi há 52 anos. Hoje, mesmo não sendo mais este o contexto, os gastos não foram adaptados, ou atualizados para baixo. O que poeríamos fazer pela estrutura deste país com o dinheiro?

Hoje li um artigo dum médico, que já dirigiu os MÉDICOS SEM FRONTEIRAS NO BRASIL, defendendo a vinda dos Cubanos, e ele dizia (não com essas palavras) sobre o mapeamento das doenças que passar a haver atendimento nos locais onde nossos médicos não quiseram ir permitirá. Ou seja, iniciando-se algum atendimento, poderemos ter uma noção mais próxima do real da saúde de maior quantidade de pessoas. Isso, em consequência, exigirá reorganização nas verbas aplicadas na saúde, ampliará o Brasil do qual a estrutura estatal poderá cuidar.

O que nos atrapalha muito, ricos e pobres, é essa cultua individualista, que ensina a pensar somente nos próprios interesses, o que é suicídio, visto que o homem é um animal social, e não vive sozinho. Ao longo do tempo vão sendo pensadas formas de organizar a sociedade, mas não podemos fugir de vivermos organizados ou não, numa coletividade. É mais que tempo de lembrarmos disso. Causa e consequência.

terça-feira, 20 de agosto de 2013

Monumentos, memória e modernidades.


Nesta segunda, 19.08, eu estava chegando ao centro do rio no 100 (Niterói x Praça XV), tínhamos gasto bastante tempo em engarrafamento decorrente das obras no Cais do Porto, o "Porto Maravilha". Dentre as obras há restaurações de prédios históricos, calçadas e marcos, e ao longo do trajeto há diversos prédios antigos. Isto era por volta das 14h.

Uma criatura no ônibus começa a defender que "esses prédios velhos não tinham nada que ser preservados. Que só servem pra ocupar espaço. Que deveriam ser filmados detalhadamente por dentro e por fora e, depois, derrubados". Enfim.

O primeiro pensamento que me ocorreu foi: "é como se propusessem que o Oscar Niemeyer tivesse morrido quando ficou velho, aos 65/70 anos." Imagina se deixamos de ouvir Bach e Mozer porque são velhos; daqui há pouco vão propor transformar o Museu D'Orsey numa concessionária de carros pra renovar...

Sim, a tecnologia muda, às vezes avança, mas o mundo não pode ser como uma fralda descartável, há de se manter alguma constância. Além disso, nem tudo no mundo pode estar a serviço da compra e venda. Temos memórias do percurso, é importante conhecermos nosso passado social comum e as construções e os lugares dizem muito sobre isso.

Imagina se o mundo abrisse mão dos seus antigos? Imagina vivermos começando do zero, que inferno seria. Até pra mudarmos algo, é preciso conhecer o que já está posto. Que "cultura" destrutiva essa que prega a constante renovação, que na verdade não renova nada, só  busca aparência.

Me comportei, não disse nada à tal criatura. Só lamentei, como sempre lamento, tamanha adesão à lógica capitalista. No final da tarde fui ao lançamento do livro de memórias do ALDO ARANTES, PC do B, intitulada ALMA EM FOGO. Foi de fato um evento lindo,  recheado de memórias sendo compartilhadas entre pessoas de cabelos e barbas branquinhos, em que o Reitor da UERJ - Ricardo Vieiralves - falava da importância das novas gerações conhecerem o passado recente deste país, de os de esquerda escreverem sobre isso.

sábado, 17 de agosto de 2013

Pesquisar as memórias da construção deste país.



Em 2017 o Sindicato dos Metalúrgicos do Rio de Janeiro completará seus primeiros 100 anos.Num país que tem pouco mais de 500 anos, sendo pouco mais de 200 como República, é questão para ser muito comemorada e divulgada. Num país em que os trabalhadores sempre foram mantidos à parte da direção dos rumos, esta organização forneceu contraponto em momentos essenciais da formação da nação.

Está em funcionamento a Comissão da Verdade, em várias esferas pelo país afora, e esta questão é fundamental para construirmos nosso país e consolidarmos a democracia. Na última terça foram devolvidos os mandatos dos deputados comunistas cassados em 1948.

Seja na escola, na universidade, lendo em casa ou em conjunto, faz parte da cidadania conhecer o que se passou e o que se passa no país e no mundo e dedicar parte do nosso tempo a intervir, isto também em anos de eleição,em que não devemos escolher entre o menos pior. Da mesma forma, ser militante de partidos não é coisa de ETs ou iluminados, muito menos de desocupados. Partidos são fundamentais numa democracia, e a razão para existirem não é simplesmente serem fornecedores de número para candidatos. Há de se discutir ideias e visões de mundo.

Viver em sociedade impõe tarefas a todos. Como vemos, a luta no Brasil vem delonga data. Se há algum gigante que acordou em 2013, certamente nunca houve razão para que estivesse dormindo.

sábado, 10 de agosto de 2013

Tamanho, tempo, começo e fim.

Essa postagem também poderia se chamar: resolvendo a crise de meia idade. Dia desses, indo conversar com uma amiga em Santa Teresa, parei a este ângulo da estação  Central do Brasil.
É fácil nos sentirmos diminuídos em certas situações, e isso nem sempre se resolve apenas com mudança de ângulo. Mas certamente é preciso algum movimento. Eu tirei essa foto pensando no quanto eu sou realmente pequena, do ponto de vista do espaço que ocupo, materialmente falando, e pensando no quanto eu sou importante em certas circunstâncias.
É irritante como, em momentos de crise, esquecemos fácil o nosso valor. Com sorte, topamos com um AMIGO, que nos ajuda logo a nos colocarmos aprumados novamente. Bom, nem sempre temos sorte. Eu ando tendo muita sorte quanto a isso.

Crise de meia idade não precisa ser alguma coisa ruím, ou depreciativa; visto que ao longo de 40 anos podemos ter construído- e este parece ser o meu caso - um percurso interessante. Então, pode ser um bom momento pra fazer um inventário e sair fortalecida a começar a construir os próximos 40 anos num patamar ainda mais elevado.

Mas o melhor das crises mesmo é quando elas chegam ao fim.

segunda-feira, 8 de julho de 2013

13º congresso do Partido Comunista do Brasil - 2013



Essa é a entrada da Biblioteca Municipal de Niterói. Tirei esta foto ontem.

Passei lá com a minha menina, eu precisava pegar um livro de história do Erck Hobsbawm. Há alguns temas na minha cabeça para artigos ou ensaios, e há a necessidade de estudar para as discussões referentes à realização do congresso do Partido. Como não me sinto bem estando fora, que melhor momento pode haver para tratar das questões do partido e que lugar mais adequado?

Então, depois de uma boa, curta e objetiva conversa com meu camarada João Batista, que venham as teses.

sábado, 15 de junho de 2013

Enquanto isso, na sala de justiça...


É bom saber que a presidente da República teve, ao que parece, uma boa formação literária, que é o que indicia ao citar Luis de Camões (mesmo sendo aquela leitura, como epopeia ufanista, que já foi derrubada pelos estudos de Jorge de Sena e muitos outros).

Da mesma forma, ainda nesta semana, o governador Eduardo Campos demonstrou algum conhecimento da literatura brasileira, ao citar Machado de Assis em Minas Gerais, onde estava “aparecendo”, visando as próximas eleições presidenciais.

Boas intenções, mas algo desarmoniza: os dois incorrem, a meu ver, no erro de antecipar o pleito e de citar mal. É claro, não são os únicos. Mas, “enquanto isso na sala de justiça”[1], que eu também sei citar..., como anda a educação da população? Num momento em que o País quer alcançar visibilidade, mudar seu perfil de subdesenvolvimento para o de líder de um continente, este é um grande assunto.

O Velho do Restelo oferece um contraponto à visão somente positiva do projeto das navegações. Ele não estava sendo pessimista, mas do auto do seu “saber, só de experiências feito” (LUS), como sabemos ao ler o poema, ele fala de um contexto dado.

Camões escreveu sobre eventos já passados há quase um século, basta nos lembrarmos de que Os Lusíadas foi publicado em 1572, de modo que já percebia-se que era um projeto imperialista que, como tal, só trouxe lucros para uma pequena elite.

O que os pobres ganharam com as grandes navegações? Continuaram, isto sim, a ser explorados e é isso que o Velho indicia. O que os pobres estão construindo hoje em dia? Mudou tanto assim o mundo?

(A imagem acima é uma foto que tirei do centro do rio, um dia desses, da janela do meu local de trabalho.)





[1] Fala costumeira do narrador do desenho SUPERAMIGOS, que eu assistia durante a minha infância, nos anos de 1980 pela tv.

domingo, 12 de maio de 2013

Fazer terapia


No Rio, com frequência, faz sol no outono. Estamos no outono e fui numa pracinha com meus pequenos um dia desses. Estou lendo Moby Dick, entre outras coisas. 
Faz um tempinho que penso em como eu serei quando envelhecer; como eu me relacionarei com as pessoas, com as coisas, com trabalho, comigo mesma e com meu passado quando eu envelhecer. Claro, pra esse tipo de perguntas nem "deus google" pode ajudar. Nada como o bom e velho tempo, não é!

Decidi, entre outras coisas, fazer terapia. (Recomendo). Não comentarei isso aqui, obviamente, mas compartilho a sensação de que uma das coisas mais difíceis na vida é aprendermos a viver conosco. Lembram daquela música "Quando os astronautas\ foram à lua\ que coincidência eu também tava lá.\ Fugindo de casa, do barulho da rua\ Pra recompor meu mundo, bem devagar.\ Que lugar mais silencioso eu poderia no universo encontrar, que não fossem os desertos da lua\ Pra recompor meu mundo bem devagar."  Eu achava essa a minha música, porque eu adoraria sair de perto de mim, de vez em quando.

Não, não é tão absurdo não suportar a si mesmo; o estranho é percebermos isso. Porque é plenamente possível vivermos longe de nós. Trabalhando demais; saindo e bebendo demais; enfim, evitando a convivência, se me entendem.

O problema é que essa construção de distância não é possível por toda a vida. Um dia temos que morar conosco, acordar e ir dormir, então, achei melhor começar a aprender.


segunda-feira, 29 de abril de 2013

Será que o modo de produção capitalista será o último que conheceremos?

Tenho pensado muito nisso, principalmente desde janeiro, quando assisti a um musical, LES MISERABLES, ocasião em que voltei a ler Victor Hugo e a estudar história, começando pelos escritos de Marx e Engels sobre a Comuna de Paris (1871), entre outras leituras. Se, após a experiência da Comuna fica demarcada uma dupla vitória da Burguesia, que se estabeleceu como classe dominante e, portanto, detentora do poder dos Estados Capitalistas, em que momento estamos agora, no que concerne à classe que comanda o poder no mundo?

Naquele momento, a classe operária prematuramente, talvez, tentou tomar o poder e, derrotada pela burguesia, foi dura e cruelmente combatida, de modo que se seguiram décadas de atuação "limitada" a lutas economicistas, sobretudo no movimento sindical. Num mundo que já vivenciou experiências duradouras de construção do socialismo, ou seja, de construção de outro sistema de governo e produção, em oposição ao modo de produção capitalista, um ciclo que ainda não completou o primeiro século, como definir o poder no mundo hoje?

É claro que me recuso a acreditar, ou me conformar, que um sistema em que nossa liberdade, grau de formação e qualidade de vida estão, mais que associadas, plenamente atreladas ao tamanho do seu bolso seja a forma melhor de organização social que uma espécie que criou equipamentos capazes de tirar os homens do chão, destruir sem deixar vestígios centenas de outros, multiplicar a produção de comida pode construir.

quarta-feira, 17 de abril de 2013

Quando estudar é uma tarefa.


Para todos os profissionais, estudar para iniciar uma formação e, depois, para manter-se atualizado, já que no mundo nada fica estático, é uma coisa possível de entender. Mas estou pensando nas tarefas dos profissionais de educação, principalmente os professores. Boa parte da nossa tarefa envolve estudar, ler e reler os materiais referentes aos conteúdos que nos cabe compartilhar com os nossos alunos. No entanto, além daquilo que esta diretamente relacionado com o que lecionamos, quem se propõe a ser "acadêmico" precisa manter-se publicando.

Ensaios, artigos acadêmicos, pesquisas com determinados formatos são tarefas constantes para quem escolheu ser professor da graduação, pesquisador, deve manter um certo ritmo de leitura e escrita. Esse foi o caminho que escolhi, e estou a cada dia exercitando essas tarefas. O bom é que eu realmente gosto muito de ler, e não tenho muita dificuldade em escrever. Mas preciso me adequar melhor aos formatos de ensaios e artigos acadêmicos. Eu sei...só praticando isso será alcançado.

Há umas vantagens nessa escolha por estar permanentemente estudando, principalmente a possibilidade de pensar muito sobre o mundo, as coisas, perspectivas, sem falar em chegar à velhice com bastante conhecimento acumulado. Quem sabe eu envelheço sem ficar uma velhinha muito chata, né!!!

P.S. Nesta segunda, 15 de abril, a minha querida Vanessa Mattos defendeu sua dissertação de mestrado, muito bem, como é sua característica. Uma banca muito qualificada, composta pelo nosso orientador Luis Maffei, Prof. Maria Lucia Wiltshire de Oliveira e o Prof. Jorge Fernandes da Silveira da UFRJ.

domingo, 14 de abril de 2013

"Ou fazemos o Mestrado ou vivemos!"


Alguns colegas recentemente me ouviram dizer esta frase, tema desta postagem. E ela se aplica também, aliás mais ainda, àqueles que fazem doutorado.

Ocorre que, enquanto estamos desenvolvendo uma pesquisa específica, característica da pós-graduação, ficamos circunscritos a certo horizonte de leituras. No meu caso, estudando o Sena, afastei-me de romances em geral e seriados, como este ilustrado acima (Once Upon a Time).

Com o fim desta etapa, e antes que eu me concentre nos estudos para o doutorado, escolhi algumas obras para me deliciar: MOBY DICK, do Melville; MORTE SÚBITA, da J. K. Rowling; uns Saramagos. E nos estudos, digamos, sociológicos, muito Marx, que afinal não me conformo que o Capitalismo permaneça ad eternum em nosso mundo. Estes estudos atraem, é claro, história, e mais precisamente os eventos da Comuna de Paris (1871), também analisados por Marx.

No que tange aos filmes e seriados, temos Cloud Atlas, rever os amados As Pontes de Madison e Vertigo; e investir nas duas primeiras temporadas de Once Upon a Time. Umas bobagens pra distrair a cabeça, considerando que é e será uma vida inteira ocupada com questões do funcionamento da sociedade. Mesmo agora, que tenho como projeto imediato conseguir lecionar, pensar a prática do magistério não é ponto pacífico.


terça-feira, 9 de abril de 2013

Aprender é um processo, por vezes, doloroso.

Nesta foto, tirada num evento na UFF no inverno passado, estamos eu e Vanessa, minha companheira de caminhada no Mestrado.

Embora a educação formal na nossa sociedade esteja dividida, seguindo um mesmo padrão para o País inteiro, sabemos que as pessoas têm ritmos de aprendizado diferente, e nem sempre seguem num crescendo.   E também, em que pese haverem escolas e universidades, estudar depende em grande medida de um esforço pessoal.

Um passo importante, portanto, para a formação de alguém é conhecer a organização do sistema e definir objetivos. Na verdade, é fundamental que aqueles que são responsáveis pela educação de alguém pensem neste assunto, para oferecer uma orientação clara. Quem conta com esse suporte já está em vantagem, e isso me preocupa.

Mesmo quem não está muito atento aos noticiários já percebeu que a educação de crianças e jovens hoje em dia está grandemente comprometida, e isso não é só entre os pobres. Temos visto principalmente comportamentos agressivos nas escolas e nas ruas, bem como muita promiscuidade precoce.
No que tange à escola que é oferecida em larga escala nos níveis fundamentais, em geral é grandemente desinteressante para os jovens de hoje. Isso é muito curioso, considerando a quantidade de recursos tecnológicos disponíveis hoje em dia, pois como apoio poderiam tornar o aprendizado bem mais interessante e desafiador.

Se pensarmos nos rumos que o conjunto da sociedade vem tomando, nos avanços cada vez mais presentes no mercado de trabalho, ou mesmo no lazer, era de se esperar que a escola, sendo um instrumento social de formação dos futuros membros deste mercado de trabalho, se adapta-se. No entanto, há aí várias questões envolvidas, que me inspiram a fazer um estudo sério e no formato de ensaios e artigos acadêmicos.

Por aqui, enquanto reflexão pessoal, vejo os resultados da boa orientação na atuação dos meus filhos, bem como nos filhos de alguns colegas, que também tiveram recentemente a felicidade de ver seus rebentos entrando para universidades públicas. E também construí meu próprio avanço, retomando os estudos aos 33 anos -com a graduação, tendo como conquista mais recente o título de Mestre.

Agora penso em como esse conhecimento pode ser útil para mais pessoas além de mim, de modo que desenvolvo no momento estudos das obras de Marx, e sobre educação. Isso me faz pensar no desinteresse atual dos mais jovens pelas questões sociais. Entendo, entretanto, que a desorganização do mundo totalmente rendido à lógica de mercado, desanima na medida em que torna muito difícil acreditar na possibilidade de alguma mobilidade e liberdade com relação ao sistema. E é por isso mesmo que acho tão importante estudar, pensar e compartilhar o que se pensa.




segunda-feira, 21 de janeiro de 2013

Ano novo instalado, idade nova chegando.



Essa é uma foto recente, um dia desses quando eu "fiz" o cabelo. Sim, a foto está torta. Ando às voltas com a finalização da minha dissertação de mestrado. É impressionante como estudar pode nos fazer perceber o quanto não sabemos, o quanto somos pequenos quando nos colocamos diante do conhecimento acumulado pela humanidade, mesmo que seja numa única área. É um lugar bem incômodo para se estar.

Um diploma de mestrado parece ser uma qualificação valorizada no mercado de trabalho, mas se essa for a única motivação, o resultado dificilmente será satisfatório. Essa não era minha única motivação, mas é algo que me interessa, sim. A única certeza que parece estar se cristalizando em mim é a de que preciso passar os próximos dois ou três anos estudando, lendo, escrevendo artigos acadêmicos, o que pode ajudar caso eu decida ingressar no mestrado, mas também é essencial para minha própria formação.

Não sei como escrever um trabalho acadêmico sentindo tanta frustração e incerteza, mas é isso o que eu estou tentando fazer. Talvez seja como estar um período com os pés fora do chão, com a mente em ordem irregular.