segunda-feira, 26 de julho de 2010

Pensando num sábado. 24.07.10

Hoje (sábado 24.07.10 ) eu soube que dois policiais liberaram o motorista que atropelou um rapaz, em troca de dinheiro. E também que, ao saber que o atropelado era filho da atriz Cissa Guimarães, o pai do atropelador procurou a polícia. Não estou sendo precisa quanto a esta notícia, mas todos sabemos de qual caso se trata.

Agora pensemos na nossa sociedade, num aspecto em particular: nas consequências da educação que os filhos recebem (ou não) dos pais.

Policiais que descumprem a lei que foram contratados para implementar, por dinheiro, em qualquer circunstância, demonstram - no mínimo - desrespeito pela sociedade como um todo; assim como os pais que não reconhecem os filhos, mães que jogam a prole fora como lixo, para ficarmos por aqui. É como se estivéssemos formando pessoas incapazes de se preocupar com as consequencias de seus próprios atos, pessoas que não tem em mente tornarem-se homens e mulheres de bem, pessoas, enfim, sem consideração por coisa alguma.

Minha escolha de palavras não tem nada de ingênua. Recentemente vi o Seu Jorge no programa do Diogo Nogueira - Samba na Gamboa. Perguntado sobre sua infância e formação, ele dizia que " a vida já era difícil ", por serem pobres, "não podia dar o desgosto de tocar piano na cadeia ", ou seja, respeito, amor e consideração para com os seus pais, o que me sugere a transmissão de valores.

Quando eu era criança, mamãe dizia sempre as mesmas coisas: " comporte-se; respeite a professora; preste atenção à aula e não traga nada que não é seu pra casa ". Aqui em casa isso ainda é dito enquanto eles tem menos de 10 anos. Pergunto-me o que as famílias dizem para os filhos sobre o comportamento atualmente; qual o exemplo que os pais procuram da aos seus filhos nesse nosso momento histórico?

Penso que essa generelizada prática do "se dar bem", não importando o resto,precisa começar a ser combatida em cada lar. Meus dois candidatos ao parlamento - KIQUE FEDERAL 6513 e MAURICIO ESTADUAL 65345 - tem origens de estrutura familiar diferentes, mas os dois aprenderam, porque foram ensinados desde cedo, a serem homens honrados, honestos e trabalhadores. Ambos são pais de família mantendo essa mesma orientação.

Se vemos como antigo, fora de moda ou ultrapassado alguém ensinando e praticando honradez, honestidade e respeito na atuação em sociedade, na vida - enfim - precisamos nos perguntar onde está o erro: nas pessoas que buscam manter os valores elevados ou na cultura deturpada e deturpadora que hoje parece ser maioria. Também é preciso que nos perguntemos qual é a relação desses comportamentos com a estrutura da nossa sociedade.

O capitalismo tem por objetivo o lucro. Pode até, no meio do caminho, combinar bem estar e avanço tecnológico com seus objetivos econômicos, mas não é um sistema - estruturalmente falando - que visa o ser humano. Qual é o efeito disso na formação do ser humano? Aonde a sociedade vai chegar se tudo pode ser transformado em produto, se tudo for visto como possibilidade de ganho material?