quinta-feira, 19 de setembro de 2013

Cultura para todos.

Um dia desses, eu fui num cinema em que está sendo exibido o filme HANNAH ARENDT. Antes da sessão os traillers e propagandas de praxe. Qual não foi a minha surpresa, quando passou um comercial do CINEMA PARA TODOS, em que se distribuem ingressos de cinema para alunos e professores da rede pública assistirem a filmes nacionais, alguém na platéia disse:

"- cinema para todos com meu imposto!"

Engraçado, eu não tenho carro, mas constroem vias exclusivas pra carro com o meu imposto também!

Que tipo de pessoa vai achar ruím que se incentive, se distribua a oportunidade de que estudantes e professores assistam aos filmes produzidos pelo país??? Cinema não está relacionado somente a entretenimento, mas relaciona-se também com a cultura do país. Até para se discutir se ela é realmente do país, ou mera imitação de modelos, se comunica ou não comunica, enfim, é preciso que as produções sejam vistas.

Se a formação das pessoas puder ser ampliada, não é a sociedade toda quem ganha? Assim não tem como construirmos um país. Os cinemas em que passam filmes "Cult" já são distantes da zona sul, daí uma boa iniciativa, útil, é tratada desta forma. Não dá!!!!

quarta-feira, 11 de setembro de 2013

crianças e riscos, futuro não construído...


Hoje de tarde vi uns meninos, uns bem pequenos com aparência de menos de 9 anos, e uns maiores de 15, brigando, com pedaços de cabo de vassouras, os mais velhos suspendendo os mais novos, ameaçando jogar no valão, e todos se ameaçando de morte, de arrancar sangue e por aí vai, com bastante violência. Num nível mesmo que já passou do limite faz tempo.

Crianças que são incapazes de acompanhar uma narrativa; não suportam sequer a ideia de sentar algum tempo na escola e dar atenção ao professor; mas que conhecem palavrões e expressões que eu nem imaginava existir, decoram todos os "funks" mais "pesados", pesados no que se refere a apologias sexuais e do tráfico.

Fico me perguntando se há algo que se possa fazer para que eles se insiram na sociedade. Veja, não estou nem falando do mercado de trabalho formal, não. Falo de mais perto, de poder ir a um museu ou ao pão de açúcar com a escola; a uma apresentação de música clássica. Escola é tempo de apresentarmos ao aluno aquilo que faz parte da história da cultura da humanidade, principalmente o que ele não convive.

Como é que a gente convive com um ser humano que não tem um mínimo de adequação com a sociedade, com  o outro? Nas coisas mais básicas, como passar pela mesma rua sem a criatura jogar uma pedra ou me xingar! Porque é muito bom dizer contra a discriminação de negros, do funk, mas e o que se faz com  a falta de educação? ignoramos!!!!

P.S. A foto é do elenco principal de O SENHOR DOS ANÉIS.

domingo, 8 de setembro de 2013

Saúde, idade, envelhecimento.


Essa é uma foto que tirei da minha mão. Não, não estou com nenhuma doença na mão. Eu estava tirando fotos de mim, e quis tirar uma foto da minha mão. Enquanto procurava um ângulo, estiquei os dedos - faço isso de vez em quando - e pensei em doenças da idade que, por exemplo, atrofiem alguma parte do corpo.

Sim, ando pensando muito em idade, envelhecimento. Claro, há atitudes que podemos tomar pra envelhecermos melhor. Ando experimentando a terapia e o curso de espanhol, sem falar nas leituras desde 2006, quando entrei pra faculdade. O negócio é que há diversos acontecimentos que não podemos prever nem evitar.

Eu tive uma amiga da escola cuja mãe tinha reumatismo. Andava com muita dificuldade e sentia muitas dores. Havia trabalhado a vida inteira como faxineira numa fábrica, e em casa, onde criou suas duas filhas. Normalmente não pensamos nisso, vamos cumprindo as tarefas da vida, e é mesmo difícil ter tempo e dinheiro pra cuidar (a sério) da saúde.

Do ponto de vista das formalidades do mundo do trabalho, aos assalariados está reservado um período de grandes dificuldades, a considerar o valor e a burocracia para conseguir a aposentadoria. Do ponto de vista do lugar na sociedade, para muitos ainda os "velhos" deveriam ficar fora do caminho. Os que tem boa saúde deveriam naturalmente se oferecer para serem babás dos netos.

Há algo muito errado nesta sociedade.


domingo, 1 de setembro de 2013

sociedade organizada. (?!)


Organizar uma sociedade é um processo que demanda certo tempo. Na verdade, certos períodos de tempo, a depender de que parte da sociedade se está organizando. Não, não é possível empreender tal tarefa considerando um todo, mesmo que sejam "atacadas" certas frentes simultaneamente, há de se ter organização e distribuição de tarefas.
Várias questões atuais me movem a pensar nisso, no entanto uma em especial: o descuido persistente e sistemático com a educação. É neste quesito que se inicia a construção de um país desigual. Quer ver um modo como isso se apresenta: os altos salários e privilégios em Brasília. Diz-se que não era interessante para ninguém ir atuar lá, de modo que "conquistaram" os membros do parlamento, funcionários, enfim, o pessoal todo atuante na estrutura política e organizativa da nação brasileira a mudar-se para a nova capital mediante muitas vantagens monetárias e materiais.
Isto foi há 52 anos. Hoje, mesmo não sendo mais este o contexto, os gastos não foram adaptados, ou atualizados para baixo. O que poeríamos fazer pela estrutura deste país com o dinheiro?

Hoje li um artigo dum médico, que já dirigiu os MÉDICOS SEM FRONTEIRAS NO BRASIL, defendendo a vinda dos Cubanos, e ele dizia (não com essas palavras) sobre o mapeamento das doenças que passar a haver atendimento nos locais onde nossos médicos não quiseram ir permitirá. Ou seja, iniciando-se algum atendimento, poderemos ter uma noção mais próxima do real da saúde de maior quantidade de pessoas. Isso, em consequência, exigirá reorganização nas verbas aplicadas na saúde, ampliará o Brasil do qual a estrutura estatal poderá cuidar.

O que nos atrapalha muito, ricos e pobres, é essa cultua individualista, que ensina a pensar somente nos próprios interesses, o que é suicídio, visto que o homem é um animal social, e não vive sozinho. Ao longo do tempo vão sendo pensadas formas de organizar a sociedade, mas não podemos fugir de vivermos organizados ou não, numa coletividade. É mais que tempo de lembrarmos disso. Causa e consequência.