domingo, 4 de julho de 2010

Educação, mães e conversas no ônibus.

Essa semana, enquanto eu me deslocava da UFF pro trabalho, acompanhei involuntariamente uma conversa entre mãe e filho, já que estavam sentados atrás de mim no ônibus. Quero falar sobre essa conversa.

Me parece que ela estava levando-o ao dentista. Ele aparentava uns quinze ou dezesseis anos, ela estava com um vestido de malha colorido, do tipo que adolescentes usam. O assunto era uma menina que ele estava paquerando e o que chamou minha atenção foi o conselho que a mãe dava ao filho:

" - Fica com todas as meninas que "te derem mole", e não namora ninguém! Quando eu tinha a sua idade ficava com vários na mesma festa..."

Senhoras e senhores, não estou aqui tentando resguardar castidades religiosas, de modo algum. Me preocupam as relações humanas, já que somos mais que animais com evolução ímpar, ou seja, qual a relação que essa conversa entre mãe e filho guarda para com o momento em que vivemos?

Comecemos falando do nosso momento. Na educação, embora tenhamos mais acesso às escolas, distribuição de livros, passe livre até o fim do ensino médio e etc, não estamos gerando mais qualidade no que é aprendido, não estamos formando cidadãos preparados para uma vida adulta, o que inclui o mercado de trabalho mas também se refere a relações humanas saudáveis.

Não pretendo fazer uma análise profunda, mas algumas coisas saltam aos olhos. Ainda temos índices de criminalidade alarmantes,a corrupçao crescendo em todos os meios, o consumo de drogas crescendo em progressão aritmética, grande quantidades de filhos sendo gerados sem que seus pais sintam-se responsáveis por isso. E é aqui o meu ponto: QUAL SERÁ O FUTURO DE UMA SOCIEDADE ONDE OS PAIS NÃO SÃO MAIS BONS EXEMPLOS PARA OS FILHOS?

Relacionamentos, de qualquer natureza, necessitam de algum nível de comprometimento. Se não se ensina que o outro importa e, além disso ensina-se que o outro é descartável,considerando que vivemos em sociedade, é como querer ensinar um peixe a viver fora da água, ou seja, prega-se algo inadequado à própria existência de um ser social.