sábado, 21 de maio de 2011

MORTE EM VENEZA

Quando morrer é o transpor de uma porta para viver em outro lugar, em outro nível. Não, não é uma descrição do filme e não é um filme Kardecista.
Hoje algo definitivamente foi morta em mim, e isso tem de ser visto como uma desocupação de espaço, um espaço que estava sendo inutilmente ocupado em meu coração, como um altar devotado a alguém que preferia jogá-lo no lixo.
Este amor vai, então, para o lixo. Outra coisa, qualquer coisa, deverá ocupar esse lugar.

Assim eu descubro qual o meu sonho, no sentido maior do termo, daquele tipo de sonho que não poderei alcançar: amor.

O bom do dia é que, logo de manhã, assisti MORTE EM VENEZA. É obra de belezas incomuns.



FICHA TÉCNICA
Título original: (Morte a Venezia)

Lançamento: 1971 (Itália)

Direção: Luchino Visconti

Atores: Dirk Bogarde, Mark Burns, Marisa Berenson, Carole André.

Duração: 130 min

Gênero: Drama

sábado, 14 de maio de 2011

jovens e sociedade

Vi hoje e tenho visto sempre adolescentes uniformizados, em horário de aulas, em praças e shoppings, ou seja, fora da escola. Inicialmente, pensei que seria bom se houvessem guardas municipais que chamassem a atenção deles e os encaminhassem pra escola. Imediatamente, é claro, me dei conta de quão tolo e ingênuo é este pensamento.
Além disso, estamos num momento de relações conflitantes e inamistosas entre "sociedade civil" e os poderes de polícia, então, um adolescente ser abordade, ou um grupo, por guarda ou policial certamente traria mais problemas do que soluções.

Então, o que fazer?

Já ouvi muita gente boa se fazendo essa pergunta com relação a si mesmas, enquanto boas mães ou pais. Pessoas que, a meu ver, acertaram por assim dizer, ou seja, cujos filhos estudaram até a conclusão do ensino médio sem maiores complicações do que as preguiças comuns da idade. Pensavam: - "fiz o suficiente?"

Acredito e sempre acreditei que, na base de um adulto bem formado, independente da profissão, está uma boa mãe, ou seja, uma boa orientadora, que criou um adulto pleno, não um apêndice condenado a ser "acompanhante de idosos".

Acho muito justo, havendo necessidade imposta pelo imponderável, ou seja, uma doença inesperada ou acidente, enfim, que um filho cuide dos seus progenitores. Uma criação saudável constrói, também, um cidadão capaz de amar e olhar o outro, o seu "próximo" sobretudo.

No entanto, alguém que não constrói sua própria vida, nem cuida da própria saúde, terá, provavelmente, uma velhice difícil. Isso não será atuação do imponderável, mas, sim colheita.

O fato é que em algum momento perdeu-se a noção da obrigação de criar os filhos que se pôs no mundo. E agora????

quarta-feira, 11 de maio de 2011

Como ler o mundo atual? e o que fazer com esse conhecimento?

O Manifesto Comunista foi publicado em 1848. Embora ele ainda seja um texto bombasticamente atual, não é difícil perceber que é necessária, no mínimo, uma grande atualização nas leituras da sociedade. Não, não estou fazendo isso aqui ainda. Mas quero pensar.

Algo de essencial no marxismo é o lugar do trabalhador no mecanismo do sistema capitalista. Acontece que agora ele é denominado "colaborador", o que não é somente uma modificação de palavras, mas me parece conter a intenção de imprimir uma leveza (que não há) nas relações de exploração patrão-explorado, iludindo os explorados, afastando-os da consciência dos fatos inerentes ao sistema e, portanto, necessários à sua manutenção.

Preocupa-me a formação das pessoas, a disseminação da deformação do caráter que tenho visto desde a mais tenra idade. A formação escolar e acadêmica, por fim, preocupa-me acima de tudo.