quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cetrezas ou armadilhas.


Certeza é uma coisa que a gente não deve cultivar, é o que se diz. Mas como a gente vive sem ter ao menos alguma certeza temporária? Isso seria como andar sem saber se o pé está alcançando o chão. Mas aquilo que temos como certo  ou garantido geralmente se transforma num muro de concreto em que a gente tromba quando a coisa muda. Trombar com um muro causa dores e deixa a gente desnorteado, sem falar na sensação de ressaca.

Realmente, certezas podem ser como plantas. Plantas crescem, duram um tempo mas, mesmo a gente cuidando bem, estão sujeitas aos efeitos do tempo que não controlamos - muito sol, muita chuva, muito calor, muito frio; elas são efêmeras, plantas e certezas.

É muito irritante isso de não sabermos nunca o que vai acontecer quando tomamos uma estrada, mesmo a gente sabendo que a vida é assim mesmo. Tem coisas que eu quero que não são possíveis, sobretudo uma: eu queria muito ser a escolha de alguém; nunca isso vai acontecer, eu sei. Saber isso deixa um cansaço.