domingo, 25 de maio de 2008

Porque luto ou por que comecei a lutar.

Seria correto ou mais correto dizer que a minha família me impeliu a lutar por mim, na medida em que não me entendia, não respeitava as minhas particularidades e não percebia ou parecia não perceber o quão deslocada eu me sentia naquele ambiente.
Via de regra, os nossos pais (nossos por que não sou filha única) pareciam estar mais preocupados com a opinião um do outro, e um em infernizar a existência do outro. Dessa forma, fomos crescendo sem quem acompanhasse as nossas questões particulares.
Mamãe cuidou muito bem de ensinar os princípios, a começar pela "vergonha na cara" (como ela diz). Mas, por outro lado, sou uma péssima dona de casa e, certamente, nunca serei uma esposa. ao seu modo, no entanto, ela lutou por nós enquanto seus filhos, com os quais ela tinha obrigações impostas pela sociedade.
Lutou boa parte da vida contra um homem relapso como pai e péssimo marido. Também não duvido que tenha nos amado e ainda ame muito. Mas não nos via como pessoas, talvez achasse que devíamos ser uma extensão dos antepassados, ou dela, ou do pai.
Pra fugir precisei lutar muito.

Como a gente se aborrece sozinho ou como somos causa do nosso próprio aborrecimento

A paranóia, além de ser uma coisa muito feia, é um mal que parece acompanhar a humanidade ao longo de sua história. Exemplo clássico está em Otelo, de Shakespeare, onde o mouro acredita nas intrigas de Iago contra sua amada, como se fôsse certo que não merecia a felicidade de que estava gozando.
Frequentemente sou acometida por este mal. No meu caso, tenho a certeza de que ninguém no mundo (olha que mega paranóia!) sente a minha falta. Embora não seja "baladeiro de plantão", como tem no orkut, também não chego a ser um exemplar de eremita, sei disso.
Mas, de vez em quando, é bom quando me provam que estou errada. Alguém nos diminue e a gente acredita que vale pouco ou menos que isso.
Obrigada.