sexta-feira, 9 de novembro de 2012


Eu hoje estou tendendo a dizer coisas óbvias, como o fato de sermos obrigados, no Brasil, a manter nossos filhos na escola até os 17 anos significar que temos de ensiná-los a serem alunos, o que é bem diferente de simplesmente estar presente burocraticamente lá. Pois é, essa tremenda falta de educação que vemos os nossos alunos demonstrar do Oiapoque ao Chuí não deveria fazer parte do contexto escolar. Convivendo com mães de alunos, da posição de mãe de aluno há mais de uma década, percebo que muitas delas se escandalizariam se lessem o que estou escrevendo.

Recentemente, uma mãe minha vizinha ficou espantada por eu dizer que ela é, segundo a lei, responsável pelas filhas até os 21 anos. Como a filha “já é mulher”, conforme palavras da própria, ela acha um absurdo “essa lei”. Quem é responsável pelo que, na sociedade? Qual a nossa parte na responsabilidade é uma pergunta que, se parássemos pra tentar resolver, imagino que movimentaria positivamente a sociedade. Se, por exemplo, nós mães nos dermos conta da dimensão da importância da educação que damos aos nossos filhos, futuros adultos que interferirão por cerca de seis décadas na vida de sabemos lá quantas pessoas, que efeitos isso poderia acarretar no modo como educamos nossos filhos?

Acho que já não é mais momento de cuidar do país do futuro, mas do futuro que já chegou: novo mercado de trabalho, que exige um trabalhador muito mais qualificado e preparado para aprender permanentemente; o Brasil está buscando um novo lugar no mundo, depois de décadas como país subdesenvolvido, anda fazendo convênios pra mandar estudantes pelo mundo afora, de modo que é preciso repensarmos nossa relação com o país, em prol de construirmos um país melhor.